21 de jan. de 2012

Corinthians minha vida, minha história, meu amor! Diário de um Corinthiano // Louco por Ti

Quando garoto, ainda morando na rua Padre Gebardo, em Aparecida, usava um óculos fundo de garrafa e sofria muito o que hoje chamam de bullying. Mas já amava futebol, fazia tabelas e disputava campeonatos imaginários no pequeno corredor de cimento onde morava, com gols também imaginários, “localizados” no velho portão de madeira. Nesses “campeonatos importantíssimos”, muitas vezes tinham bolas oficiais e disputas acirradas. Mas a camisa e os títulos eram sempre do Corinthians.
As vésperas de completar 8 anos, ainda sem entender direito a dimensão do Corinthianismo, via meu pai nervoso, impaciente, tenso, andando de um lado pro outro e assistindo e ouvindo tudo sobre aquele jogo, na velha televisão que tínhamos (preta e branca ainda). O ano era 1988 e o dia era de final contra o Guarani de Campinas pelo campeonato Paulista. Sentamos no sofá e foi aquele sofrimento, gol na prorrogação, do Viola, que tinha acabado de entrar, choro e alegria abraçado ao meu pai.
A partir dali o Corinthians jamais saiu de mim e do meu coração. Dois anos depois seriamos pela primeira vez Campeões Brasileiros. O time regional passava a ser um clube de nível nacional e fui entendendo melhor a raiva que os rivais tinham por nós. Em 1993 na semifinal do campeonato Paulista, contra o Novorizontino, precisávamos ganhar para irmos à final. Passei o dia inteiro com meu pai, esse novamente nervoso pela partida. Assistimos o jogo no antigo bar do João Donaldo na Santa Rita. Resultado: 3 a 0 fácil e estávamos na final. Mas a alegria pela vitória em segundos se transformou na maior dor que senti na minha vida. Voltando pra casa, meu pai foi descer uma escada e caiu, teve um traumatismo craniano e viria a falecer alguns dias depois. Morria meu melhor amigo, meu pai e o maior Corinthiano que já conheci. Mais ele sabia que já tinha deixado no meu coração a loucura que muitos não entendem, o Corinthians.
O tempo foi passando, vieram aquelas derrotas para o Palmeiras entre 93 e 94, mais já em 1995 conquistaríamos mais uma vez um titulo nacional, a Copa do Brasil, e logo depois, no dia 6 de agosto de 1995 (meu aniversário), viria o presente do velho Oswaldo, meu pai. Campeão Paulista em cima do Palmeiras e ali estava sepultada aquela angustia das derrotas passadas.
Em 1997 outro titulo Paulista já com esboço do que viria a ser o maior time da história do Sport Club Corinthians Paulista. Nos anos de 1998 e 1999 tivemos um time que eu jamais vi igual. Fomos Campeões Paulistas e Bi do Brasileirão. E ainda em 1999 fui pela primeira vez a um estádio em São Paulo e justamente numa final do Brasileirão: Corinthians Campeão. O time regional de quando comecei a torcer, já tinha 4 conquistas nacionais em menos de 10 anos. Logo depois da minha estréia em estádios, graças a Deus (e ao meu irmão Rodrigo), isto seria freqüente na minha vida. Em 2000 assistiria Corinthians x Real Madrid, no Morumbi. Não preciso nem colocar aqui o nível daqueles jogadores que estavam em campo. Dias depois viria o maior titulo da nossa história, Campeão da Copa do Mundo de Clubes FIFA. Muitos rivais até hoje desmerecem esse titulo, mas podem falar o que for. Eu assisti, comemorei e gritei Campeão do Mundo!
Chegamos ao século 21, e mais histórias, mais títulos e mais jogos no estádio aconteceriam, claro não vou colocar todos aqui, pois o leitor já deve estar de saco cheio desse novo colunista.
Em 2005 minha primeira viagem de avião, claro tinha que ser pelo Corinthians, rumo a Goiânia e na bagagem de volta, o tetra campeonato Brasileiro.
A maior tristeza no estádio, com certeza foi em 2007. Estava no Olímpico em Porto alegre no dia do nosso rebaixamento, cantei com aquele bando de loucos o tempo todo e claro chorei no final. Nunca é bom ser rebaixado, mais hoje vejo que ali o Corinthians renasceu maior ainda e quem sabe pra chegar ao tão sonhado status de clube internacional.
Em 2008 conheceria a linda Recife, novamente pra ver o Corinthians, dia sensacional naquelas praias lindíssimas e com a cidade entupida pela Fiel, o titulo não veio, mas como na vida, nem sempre as coisas saem como queríamos. E o mundo dá tantas voltas que eu voltaria a Porto Alegre dois anos depois pra assistir o tri da Copa do Brasil, no mesmo ano em que já tinha visto mais um fato histórico, Corinthians Campeão Paulista no Pacaembu depois de quase 60 anos, sim eu estava lá novamente.
Foram muitas alegrias, poucas tristezas e cada dia mais eu sei que o Corinthians, como já dizia a letra de um samba da Gaviões, “É mais que um caso de amor, na alegria e na dor, religião.” 
Assim como eu, esse bando de loucos, que tanto incomoda aos rivais, continuará crescendo. Independente de títulos, crises, rebaixamentos ou problemas administrativos. Simplesmente porque o Corinthians assim se fez, assim cresceu e assim se tornou o que é hoje.
“Grandeza, quando não se explica, é porque é maior do que pode ser explicado. E assim é o Corinthians.”
Só quem é sabe, e os que não são... que Deus os perdoe.

Saudações de um Louco.

Regis Braga - Na Gaveta Esportes

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