14 de jul. de 2015

Com estilo de jogo modificado, Manthiqueira engrena na Série B Paulista

Nilmara Alves destaca evolução da marcação e poder ofensivo do time no segundo turno

Leandro Oliveira
Guaratinguetá
Raílson, Alex e Gustavo comemoram o terceiro gol que selou a vitória sobre o Jabaquara no último sábado
Leandro Oliveira - Na Gaveta Esportes
Com um estilo de jogo modificado, o Manthiqueira engrenou na Série B estadual. Nilmara Alves, técnica do time laranja, comemora a nova fase do clube, que segue entre os quatro primeiros colocados. Para a treinadora, o time de Guará se encontrou na competição após o fim do primeiro turno. 

Feliz com nova postura, Nilmara indica melhora na marcação
Leandro Oliveira/Na Gaveta Esportes

Em terceiro, com 19 pontos, o Manthiqueira demorou para se encontrar na quarta divisão do Campeonato Paulista. A sequência positiva de três vitórias sobre Ecus, Portuguesa Santista e Jabaquara, e o empate com o São Bernardo, deram ao time de Guaratinguetá uma posição mais cômoda na classificação.

A disputa pelas quatro vagas do grupo à próxima fase segue acirrada, e o time não pode se desconcentrar. Para Nilmara Alves, o grupo compreendeu o campeonato. "A equipe entendeu o espírito da competição e conseguiu encaixar o estilo de jogo próprio. Então o segundo turno vem sendo para mostrarmos o que vínhamos treinando e não estávamos conseguindo na primeira metade do campeonato", contou.

A treinadora destacou a evolução da marcação do time, que nos últimos quatro jogos sofreu apenas três gols, e o poder ofensivo do grupo que marcou 13 gols nas últimas quatro partidas. "A equipe está bem, tem conseguido tocar bem a bola, movimentar e marcar forte. Marcamos muito bem sem a bola, sem dar espaços. Com a bola nos pés, temos muita velocidade para sair para o jogo. A gente conseguiu encaixar nosso estilo", concluiu.

O próximo jogo do Manthiqueira será no sábado, às 15h, contra a Mauaense, em Mauá.





João Telê responde críticas e fala sobre crise dentro e fora de campo do Guará

Treinador vive pior momento da história do clube, revela dificuldades financeiras mas acredita que time pode se manter na Série C

Leandro Oliveira
Guaratinguetá
Torcedores cobraram João Telê após mais uma derrota na temporada - Leandro Oliveira/Na Gaveta Esportes
Alvo de críticas durante todos os jogos do Guaratinguetá no Dario Rodrigues Leite, João Telê disse entender o torcedor. O treinador acredita que a permanência do time na Série C só depende do próprio clube, que precisa vencer mas não vence, e reconheceu que até o fim da temporada o torcedor tricolor passará por dias difíceis, já que o investimento em um elenco mais forte não é a prioridade. Segundo o técnico, sanar problemas extra campo e organizar a Garça do lado de fora das quatro linhas está em primeiro plano.

Os poucos torcedores que foram ao Dario Rodrigues Leite no último domingo assistir Guaratinguetá e Tombense pela Série C do Campeonato Brasileiro não tiveram paciência com o técnico tricolor. Após o apito final e a confirmação da quarta derrota em sete jogos pela competição, parte dos 216 pagantes se dirigiu para perto da entrada dos túneis que dão acesso aos vestiários e criticaram o comandante. Da boca do túnel, João olhou para a torcida e permaneceu em silêncio por alguns minutos.
João ficou alguns minutos agachado na entrada do túnel enquanto os torcedores protestavam
Leandro Oliveira/Na Gaveta Esportes
"Isso tudo eu aceito. Me chamar de burro, me criticar, eu aceito. Hoje eles foram em cima do jogo, do plantel e eles estão certos. Não tem que explicar não. Fizemos um primeiro tempo que poderia ter ganhado o jogo e as substituições que eu fiz não corresponderam a altura dos que estavam em campo", falou o treinador sobre as críticas dos torcedores e o desempenho de sua equipe. 

Questionado sobre o que dizer a torcida da Garça, João evitou polêmicas. "O torcedor quer ver gol, espetáculo. Ele paga o ingresso e tem que criticar mesmo. Hoje (domingo) não discuti com ninguém. Na outra vez, eu discuti com pessoas mal intencionadas. A torcida tem razão, tem que criticar, mas ela não sabe desse lado extra campo. Para o Guaratinguetá continuar sobrevivendo e nós proporcionarmos alegria um dia, nós precisamos honrar os compromissos e futebol não se faz só nas quatro linhas, se faz com responsabilidade", explicou. 

Extra campo

O lado extra campo do Guaratinguetá também está bagunçado. Em 2014, o time foi comandado por Pedro Panzelli. Na Série A-2, o time quase foi rebaixado, com um elenco montado as pressas. Na Série C, uma parceria com o Audax salvou a Garça de cair para a última divisão nacional.
Sob o comando de Panzelli, o time enfrentou e enfrenta problemas com dívidas trabalhistas. Ex-jogadores e funcionários do Guaratinguetá Futebol Ltda. acionaram o clube na justiça para reaver seus direitos. 

Ajustar os problemas extra campo é a prioridade do Guaratinguetá, segundo João Telê. "A gente assumiu o time com algumas dívidas e problemas extra campo e nos dispomos a resolver. Já resolvemos com a prefeitura, estamos resolvendo algumas trabalhistas, algumas coisas. Estamos fazendo um acordo coletivo com as trabalhistas. Nossa diretoria tem o objetivo de deixar o clube sadio. Eu precisava de contratações de peso. Todo mundo sabe disso e não é segredo pra ninguém, mas eu não posso designar esse dinheiro, que é para honrar o extra campo, o trabalhista e a prefeitura, para fazer contratação. Então vamos ter que nos doar um pouco mais. Quem tiver uma chance, que faça dessa chance sua vida, sua história, porque eles precisam disso e eu estou dando a oportunidade", concluiu.

Com dificuldades para marcar gols, o Guará chegou a sétima partida sem balançar as redes, só venceu uma partida na temporada e não ganha um jogo em casa há mais de um ano. Com tantos motivos para dor de cabeça, o torcedor do Guaratinguetá vive na esperança de dias melhores.


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