18 de nov. de 2015

Eles venceram o Santos na era Pelé e fecharam as portas

Conheça as histórias de três clubes que bateram no Santos na era de Pelé e cia. e anos depois fecharam as portas

Leandro Oliveira
Na Gaveta Esportes

O Brasil de 70, a Argentina de Maradona, a Holanda de Cruyff ou a Itália de Paolo Rossi. Grandes esquadrões ganham nomes compostos. É assim com seleções e times do passado, e será assim com clubes do presente, como o Barcelona, de Lionel Messi. 
Pelé conduz a bola, na década de 60, em um estádio no interior de São Paulo - Agência Estado
Por isso, o Santos, entre os anos de 57 e 74, ficou conhecido como "o Santos de Pelé". Não só pelo brilho do Rei do Futebol, mas também pela força do conjunto santista da época. Cinco nomes são exaltados e reverenciados até hoje: Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. 

O esquadrão alvinegro ganhou tudo que podia. Decacampeão paulista, tetracampeão do Torneio Rio - São Paulo, hexacampeão brasileiro (5 títulos da Taça Brasil e 1 da Roberto Gomes Pedrosa), bicampeão da Libertadores e do Mundial, campeão da Recopa e da Supercopa. 

Praticamente imbatível, o Santos se tornou pesadelo dos rivais Palmeiras, Corinthians e São Paulo, mas ao mesmo tempo, sonho de tantos outros clubes, pois vencer um time de tal escalão seria o mesmo que conquistar um título. Daria a oportunidade de tantos clubes escreverem seus nomes na história do futebol.

Pensando nisso, o Na Gaveta Esportes montou uma pequena lista dos três clubes que venceram o Santos na era Pelé e fecharam as portas. Lembrando que essa pesquisa conta apenas os clubes que venceram o Santos, entre 57 e 74, e encerraram suas atividades. Clubes como América de São José do Rio Preto, Comercial e São Bento, por exemplo, venceram o Peixe nesse período, mas continuam ativos.

1 a 0 é goleada!

No dia 8 de novembro de 1959, a cidade de Jaú foi palco do confronto entre XV de Jaú e Santos. O acanhado estádio Artur Simões estava abarrotado e tomado por torcedores do XV e admiradores do futebol bem jogado pelo time santista, que marcou 155 gols nesta edição do estadual. 

Pelé foi para o jogo, mas, diferente do primeiro confronto entre os times em julho do mesmo ano, quando marcou três gols e o Santos goleou por 8 a 2, dessa vez, não foi sua estrela que brilhou. Sem vencer o Santos há sete anos e com a goleada entalada na garganta, o XV fez da sua casa um verdadeiro inferno para o alvinegro.

Sem espaços para a criação do Santos, o XV de Jaú marcou um gol, se segurou como pôde e comemorou a vitória como se ela lhe valesse um título. Pena que no fim da temporada o XV amargou o rebaixamento, junto do Nacional e Comercial (da Capital).

O XV de Jaú desistiu de disputar a última divisão paulista em 2015 e o futebol profissional do clube segue inativo desde então.

Deu Esportiva, em 62

Ainda sem vencer o Santos em toda a sua história, a Esportiva de Guaratinguetá superou o alvinegro pela primeira vez em 1962. Jogando no antigo estádio Benedito Meirelles, no Vale do Paraíba, a Rubra fez o dever de casa e parou a máquina santista.

Nessa partida, o Santos não contou com Pelé, que teve como substituto Almir. A Esportiva marcou com Roberto e Frazão, enquanto o Santos descontou com Nenê e o jogo terminou com a vitória apertada do time de Guaratinguetá. 

Dois anos depois, a Esportiva de Guaratinguetá voltaria a vencer o Santos. Dessa vez, o time da Vila mais famosa do mundo teve seu principal jogador em campo.

Glória repetida - Esportiva bate Santos de Pelé

Em 64, a Esportiva voltou a bater no Santos. Com Pelé entre os titulares, o Peixe era franco favorito para a partida. O jogo foi no estádio Benedito Meirelles, a casa da Rubra, e como de praxe, estava lotado. Ver o Santos de Pelé e cia. era um evento a parte para os apaixonados por futebol na época.

Paulo César, aos 36 do primeiro tempo, e Roberto, aos 34 do segundo, marcaram os únicos gols da partida e selaram a vitória da Esportiva sobre o Santos. Pelé jogou, assim como titulares do Peixe na época, como Zito, Mengálvio e Pepe, mas de nada adiantou. 

Zagueiro titular da Esportiva na época, Tupi contou como foi o diálogo com o Rei dentro de campo "Eu cheguei firme nele em uma jogada. Ele só me disse 'Aqui não. Aqui eu revido'. Na jogada seguinte eu cheguei firme de novo e eu falei pra ele 'Aqui quem joga em casa sou eu'. Depois disso, nos encontramos mais algumas vezes dentro de campo. Ele buscando jogo e eu marcando em cima".

A vitória coroaria um dos últimos momentos de brilho da história da Associação Esportiva de Guaratinguetá. O clube venceu o Santos, mas acabou rebaixado no Campeonato Paulista para nunca mais voltar. Em 1998, o time fechou de vez as suas portas para o futebol. 

Surpresa indigesta no ano da despedida do Rei

Da criação a primeira divisão se passaram apenas 13 anos. Na elite estadual, o Saad disputou o Paulistão pela primeira vez em 74. A equipe de São Caetano do Sul chegou à competição graças a um convite da Federação Paulista de Futebol. Logo no ano de estreia, conseguiu um feito que poucos clubes ao longo dos últimos 17 anos conseguiram: vencer o Santos de Pelé na Vila Belmiro. 

A partida foi realizada no dia 24 de agosto de 1974. Meses depois, Pelé deixaria o Santos. Antes da aposentadoria do clube, o recém-chegado à primeira divisão Saad foi à casa do Santos, tentar surpreender o rival. E conseguiu.

Pelé foi para o jogo, mas não deixou sua marca. O Santos jogava em casa, mas a temporada já não era das melhores para o Peixe. Melhor para o Saad, que teve uma noite iluminada do atacante Vagner, autor de dois gols. Arlindo anotaria outro para o time do ABC e Zé Carlos descontaria para o Santos.

O Saad seguiu na primeira divisão em 1975, mas, um ano depois, seria rebaixado à segunda divisão, já que a Federação Paulista de Futebol revogou seu convite ao clube do ABC. O Saad deixou o futebol oficialmente em 1989, após problemas com a prefeitura de São Caetano do Sul.

Se você tem alguma indicação de pauta ou tópico, envie para nosso endereço no Facebook: Na Gaveta Esportes. Aproveite, e curta a página para receber em primeira mão as novas publicações.


Orkut Favorites More