28 de ago. de 2015

Com Nilmara de volta, Manthiqueira recebe o Noroeste

Laranja encara o Norusca por primeira vitória na fase final da Série B Paulista

Leandro Oliveira
Guaratinguetá
Treinadora estava de férias no Chile, mas volta a comandar a equipe neste domingo
Leandro Oliveira/Na Gaveta Esportes
Manthiqueira e Noroeste jogam neste sábado pela primeira vitória na Série B do Campeonato Paulista. O time de Guaratinguetá vem de um empate fora de casa contra o Lemense, enquanto a equipe de Bauru estreou na fase decisiva com um tropeço em casa para o São Bernardo. O jogo deste fim de semana começa às 15h e os ingressos são vendidos a R$ 10.

Na reta final da ‘segundona paulista’ a vitória tem um peso ainda mais importante. Por isso, o Manthiqueira realizou uma preparação intensa nesta semana, de olho no confronto com o Noroeste de Bauru, neste sábado.

Nilmara Alves não comandou o time na partida que abriu a segunda fase da competição. No lugar da treinador, esteve Luis Felipe, treinador do time sub-20. De volta ao clube após período curto de férias no Chile, Nilmara exaltou a maturidade que o grupo adquiriu ao longo da competição. “Atingimos uma maturidade importante, agora é manter o foco, não se deslumbrar por jogar um jogo de fase final em casa. Temos que ter atenção”, contou.

Raílson e França seguem como dúvidas para o jogo deste sábado e continuam entregues ao departamento médico. Nilmara deve escalar o time com Pedrão; Ronaldo, José Eduardo, Léo e Alex; Jhoni, Gustavo, Raílson (Dielton) e Roberson; Dias e França (Medina).




Edu Pina recorda batalha por acesso entre Guará e Caxias no Centenário, há seis anos

Autor do gol que selou o acesso à Série B em 2009, atacante revela inferno vivido em Caxias do Sul, antes da consagração e festa

Leandro Oliveira
Guaratinguetá

Dos pés de Edu Pina saiu o gol que selou o mais importante acesso da história do Guaratinguetá. Restando oito minutos para o fim da partida entre Guará e Caxias, num abarrotado Centenário, com 24.816 torcedores, o atacante de 19 anos colocou ponto final no sonho grená e fez os corações tricolores saltarem de felicidade com a chegada à Série B do Campeonato Brasileiro. Depois de seis anos do feito, Edu relembra que só foi para a partida porque Vilson Tadei depositou confiança no seu estilo de jogo.
Centenário viu Edu Pina marcar e calar 24 mil vozes - Ricardo Wolffenbüttel/ZH Esportes
Os 2 a 0 do primeiro jogo deram uma certa tranquilidade ao Guaratinguetá. Rocha se encarregou de chamar a responsabilidade para si, marcou duas vezes e decretou o placar da primeira partida entre Guará e Caxias. Mas, outro jogo seria realizado e o caldeirão do estádio Centenário seria o palco de um novo confronto entre tricolores e grenás.

Reserva e com pouco espaço entre os titulares, Edu Pina era um atacante que tinha chegado ao Guará por empréstimo do Vasco da Gama. Mesmo sem marcar um gol sequer na temporada, o jovem de 19 anos era um dos amuletos do técnico Vilson Tadei.

Tadei comandou o Guará na campanha do acesso
Fabio Rubinato/AGF
Na semana que antecedeu o confronto, o atacante se lesionou. Coube ao treinador fazer sua aposta e encorajar o jovem para o duelo mais importante da história do clube. "Pra mim, foi uma semana muito difícil. Durante a semana, eu tinha me machucado, torcido meu tornozelo e eu não ia viajar. O Vilson Tadei que pediu para que eu viajasse mesmo assim", contou Edu ao Na Gaveta Esportes

Com o grupo e a caminho de Caxias do Sul, Edu não sabia o que lhe esperava. "Chegando no sul, pegamos um hotel e descobrimos que eles tinham convênio com o clube (Caxias) e botavam algumas coisas na comida", revela. "Foi difícil, chegando lá foi ainda mais complicado, porque nós não podíamos nos alimentar nesse hotel", relatou.

Tradicional clube do Rio Grande do Sul, o Caxias tinha nas mãos a chance de reverter a situação se vencesse o Guará por três gols de diferença. Por isso, os torcedores grenás foram convocados a comparecer em peso ao estádio Centenário. A convocação surtiu efeito. "Quando nós saímos do hotel para o jogo, as ruas estavam lotadas. Quando chegamos no estádio, apedrejaram o ônibus todo. Reconhecemos o campo com uma hora de antecedência, e já tinham 25 mil pessoas nas arquibancadas. Foi uma semana difícil, mas essa data foi um dia marcante nas nossas vidas", declara Edu Pina.

Edu, que era peça incerta para a partida, contou o que Vilson Tadei pensou para furar a zaga rival. "Ele (Vilson) tinha arrumado um esquema para botar o time para frente, caso a gente sofresse um gol na partida. Ele escalou três volantes, porque já tínhamos vencido o primeiro jogo e o empate era nosso. Se a gente tivesse perdendo ele ia mudar a formação e eu seria o homem de frente", relatou. 

E foi preciso mexer no time, já que aos 17 do segundo tempo, Leandro Diniz marcou o primeiro gol do Caxias e incendiou o estádio Centenário. Bastava ao Caxias um novo gol para levar a partida para as penalidades. Se marcasse dois, o time grená conquistaria o acesso à Série B.

Edu Pina foi chamado por Vilson Tadei aos 30 minutos. Com a responsabilidade de mudar a história da partida, o atacante entrou na vaga de Cleiton Domingues. O que ninguém sabia era que Pina entrava em campo para, minutos depois, entrar para a história do Guaratinguetá.

Aos 38, Diego Dedoné escapou pela esquerda, roubou da marcação, tabelou e avançou até a linha de fundo. Ele tentou cruzar por cima, mas a bola pegou  o caminho inverso e acabou indo rasteira para a área. Edu Pina antecipou a marcação, se jogou do jeito que deu, desviou a bola e silenciou o maior público da Série C daquele ano. "Foi algo que marcou muito a minha história. Foi meu primeiro gol como jogador profissional. Fazer um gol numa decisão foi algo que ficou muito marcado", conta, emocionado ao se lembrar. 

Edu Pina, atacante do Guará em 2009
Divulgação/Guaratinguetá FLTDA
"Na hora que fui comemorar, os jogadores do Guará pularam em cima de mim e eu acabei me machucando de novo e quase saí. Mas não saí, porque não havia outra substituição para ser feita. Fiquei em campo, mancando. Fui para o jogo somente para fazer o gol. Parece que, pela experiência do Vilson, ele já sabia que isso iria acontecer. Eu, ainda garoto, com 19 para 20 anos, vivi essa sensação e isso foi muito marcante para mim. E tem outro detalhe que me lembro bem. Depois de fazer o gol, a torcida do Caxias deixou as arquibancadas e o jogo terminou com o estádio praticamente vazio", conta Edu Pina, autor do gol que garantiu o acesso do Guaratinguetá.

A história desse 16 de agosto de 2009 terminou com o inédito acesso do Guaratinguetá e o retorno de Edu Pina ao Vasco da Gama. O atacante ficou no clube cruzmaltino por três anos. Depois, jogou por Ituano, Boavista, Duque de Caxias, Volta Redonda e Macaé. 

Neste ano, Pina disputou a elite do futebol mineiro pelo URT. Na última semana, o atacante jogou a final da Série C do Campeonato Carioca pelo Artsul. No primeiro jogo da decisão, ele marcou um gol, mas seu time perdeu por 3 a 1 para o Itaboraí. No segundo jogo, predominou a igualdade por 0 a 0.

Aos 26 anos de idade, Edu Pina procura um novo clube para jogar e revela jamais ter se esquecido do time e da cidade de Guaratinguetá. "Até hoje fico muito honrado de poder fazer parte da história do Guará e ter dado muita alegria a essa cidade maravilhosa. Até hoje sinto muita saudade daí", conclui.




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