Treinador e colaborador do clube, João revelou que a Garça recebeu muitas propostas de compra e mudança de sede, inclusive nesta semana
Leandro Oliveira
Guaratinguetá
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| João em coletiva de imprensa na porta do estádio Dario Rodrigues Leite - Leandro Oliveira/Na Gaveta Esportes |
De 2010 até os dias atuais, o nome do Guaratinguetá Futebol Ltda. sempre esteve envolvido em polêmicas sobre mudanças de sede e venda do clube empresa. Hoje, na Série C do Campeonato Brasileiro e recém rebaixado à Série A-3 do Paulistão, a Garça vive um novo dilema. Com propostas de compra confirmadas pela direção do clube, o futuro do Tricolor está indefinido e a pausa na terceira divisão nacional para a disputa da Copa América pode marcar o fim de um ciclo e o início de outro.
Derrotas e mais derrotas. O ano do Guará não está nada bom para o torcedor. Rebaixado à terceira divisão paulista e candidato a queda também na Série C do Brasileirão, a torcida tricolor vive a espera de dias melhores. Para o treinador João Telê, quando os resultados não aparecem, é hora de mudar. "Futebol é resultado e se eu não estou conseguindo os resultados, acho que tenho que sair mesmo", contou em entrevista coletiva após a derrota para a Lusa, na última segunda.
João Telê além de técnico é também colaborador do clube. Esse termo foi usado pelo próprio treinador na coletiva de segunda-feira. A saída, mencionada por João no discurso inicial, pode se dar de duas maneiras. Na primeira, o comandante deixaria o cargo de treinador, mas continuaria colaborando com o clube. Na segunda, ele venderia o Guaratinguetá. "Se forem feitas coisas como querem fazer, como comprar o clube e levar pra fora da cidade, eu deixo de colaborar", contou.
Questionado se houve propostas de compra do Guaratinguetá, João respondeu. "É concreto. Chegaram muitas propostas. Mas uma das condições é que o time fique aqui. Eu não gostaria de negociar o Guaratinguetá, porque não sou dono do clube, sou colaborador. Quando vim pra cá, essa era a condição e a estrutura era muito boa. Agora, chegou uma proposta falando de pagar R$ 800 mil na Federação para tirar o time daqui e eu não acho justo com o torcedor".
Indagado sobre essa proposta feita parar tirar o time de Guará e o possível destino do clube, João disse. "Não sei (qual a cidade). Embora seja uma empresa privada, ou seja, isso pode acontecer. Mas eu não acho correto", contou João, que recusou a oferta.
Negociações
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Em 2011, time disputou a Série B do Brasileiro como Americana
(Fábio Rubinato) |
Segundo o depoimento de João Telê, uma oferta chegou ao clube nesta semana. "Já foram feitas muitas ofertas, inclusive com pessoas da bola. Eu
ouvi por intermédio de colabores, inclusive nesta semana mesmo. A gente
não tem interesse em fazer desse jeito (tirar o time da cidade)".
Quando questionado se existe a possibilidade do Guará voltar a mudar de sede, como aconteceu no fim de 2010 - ano em que a diretoria da época levou o clube para Americana - João respondeu que não crê nessa situação. "Eu não coloco essa possibilidade. Na minha
opinião não. Se quem estiver envolvido fizer esse tipo de negócio,
eu saio e não trabalho mais no futebol", explica. "Agora, em relação ao negócio em si, ao comércio do Guaratinguetá, tem que ser feito com muito carinho. Eu sou contra tirar o time da cidade. Eu até saio, se for feito de outro modo", concluiu. Ouça a entrevista (clique aqui para ouvir).
Zinho
Tetracampeão mundial de futebol com a Seleção Brasileira em 1994, o meia Zinho esteve em Guaratinguetá na última segunda-feira. O ex-jogador foi visto no estádio Dario Rodrigues Leite, acompanhando a partida entre Guará e Portuguesa.
Após sua passagem pela cidade, um boato de que Zinho estaria negociando a compra do clube chegou aos torcedores. Porém, o ex-jogador, que é sócio do Nova Iguaçu, negou qualquer envolvimento com a Garça.
Zinho respondeu ao Globo Esporte Vale do Paraíba que foi apenas assistir um jogador dele que está jogando pela Lusa, e poderá reforçar o Nova Iguaçu na Copa Rio. O time de Zinho está montando o elenco para a disputa da competição.
