30 de ago. de 2014

Há quatro anos em São Paulo, Paula Togeiro busca uma medalha de ouro no Troféu José Finkel em Guaratinguetá

Natural de Cruzeiro, nadadora de 18 anos vai competir 'em casa'. Paula também falou sobre a estrutura da natação no Brasil e seus objetivos a curto e longo prazo

Leandro Oliveira
Na Gaveta Esportes, Guaratinguetá
Paula Togeiro vai competir no Troféu José Finkel, em Guará (Leandro Oliveira - Na Gaveta Esportes)
Paula Jardim Escamilla Togeiro Galvão, ou simplesmente Paula Togeiro. Filha de César Togeiro e Andréa Aparecida Jardim, a nadadora, natural de Cruzeiro, no Vale do Paraíba, deu as primeiras braçadas com apenas três anos de idade, graças ao incentivo dos pais, que também nadavam. 
Paula já defendeu as cores da Esefic - Cruzeiro, Itaguará Country Clube e do Unisanta, de Santos. Hoje com 18 anos de idade, Paula mora há quatro em São Paulo, precisou aprender a se virar sozinha desde pequena e é uma das promessas do Esporte Clube Pinheiros. Ela compete nas provas dos 50 e 100 metros livre e 50 e 100 metros costas.

A nadadora tem na bagagem títulos de expressão como o Campeonato Sul-Americano de 2013, o Campeonato Brasileiro Junior de 2012, onde conquistou cinco medalhas de ouro, além do Campeonato Paulista e o estadual de Maratona Aquática.
Paula vai competir no Troféu José Finkel, que será disputado no Vale do Paraíba pela primeira vez. A competição tem início na segunda-feira, no Parque Aquático do Itaguará, em Guaratinguetá. 

O Na Gaveta Esportes conversou com exclusividade com a nadadora.

NG Esportes: Quando você começou a nadar? Como foi esse início?

Paula Togeiro: Comecei com três anos de idade. Treinava em Cruzeiro na Esefic. Vim pra Guará com 12 anos treinar no Itaguará e voltava todos os dias pra Cruzeiro. Um ano depois, vim morar em Guaratinguetá. Fiquei dois anos e depois fui pra São Paulo.

NG Esportes: Quem te introduziu no esporte?

Paula Togeiro: Meus pais me ensinaram a nadar. Minha irmã nadava, minha família nadou e eu continuei com o apoio deles. Meu pai sempre corria atrás de competições. Se eu ganhava uma, ele já ia atrás de outra. Assim foi indo até que ele me levou para o Pinheiros.

NG Esportes: Como é poder competir perto de casa e dos familiares?

Paula Togeiro: É muito bom. Tenho o apoio da família, amigos, pessoas que me conhecem. Realmente é muito bom estar aqui, em casa. É uma sensação muito boa.

NG Esportes: Como você avalia seu momento perante aos demais atletas da natação brasileira?

Paula Togeiro: É muito gratificante estar no meio de tanta gente boa e qualificada. É uma experiência bem bacana estar com atletas mais experientes e outros que estão despontando agora.

NG Esportes: Como foi ter essa experiência de ir morar em São Paulo, ainda nova, sem a família?

Paula Togeiro: Fui muito nova pra lá (há quatro anos). Foi difícil. Minha família estava longe, mas é o que eu queria. Meu objetivo era estar lá. Então, foi um bom feito ter ido pra lá.

NG Esportes: Quais foram as dificuldades e lições tiradas com essa experiência? 

Paula Togeiro: Como eu saí de casa muito cedo, precisei aprender tudo muito rápido. Aprendi a me virar sozinha muito cedo e me tornei madura. Eu tinha medo de São Paulo, mas aprendi a gostar de lá. Aprendi também a me relacionar melhor com as pessoas.

NG Esportes: Com a rotina de treinos e competições, você conseguiu dar conta dos estudos?

Paula Togeiro: Sim, eu terminei o colégio e comecei a fazer faculdade de arquitetura, mas por conta da rotina, não consegui levar. 

NG Esportes: Quem são seus ídolos no esporte?

Paula Togeiro: Tenho como grande ídolo o Gustavo Borges. Ele está no clube com a gente, conversa com a gente e está sempre a disposição do grupo. O Cielo, quem não é fã dele (risos)? A Fabíola Molina, aqui do Vale, também é um grande exemplo.

NG Esportes: Quais são seus objetivos a curto prazo?

Paula Togeiro: Nesse campeonato eu pretendo conseguir chegar à final e bater meus tempos. Vou participar de um campeonato na Cidade do México, tenho como meta conseguir algumas medalhas. Vou disputar ainda o Brasileiro de Categoria, já que ano que vem vou ser sênior. No fim do ano tem o Open e eu pretendo conseguir algumas medalhas também.

NG Esportes: E seus objetivos a longo prazo?

Paula Togeiro: A longo prazo, quem não sonha com as Olimpíadas, não é? Quem sabe um Mundial ou os Jogos Pan-Americanos, no ano que vem. Vou tentar.

NG Esportes: Como está a sua situação quando ao índice técnico para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016?

Paula Togeiro: Na natação, as coisas mudam muito em um ano. É muito difícil. Pra conseguir uma vaga para as Olimpíadas, tenho que ficar entre as duas melhores no índice técnico. Estou na briga, estou no bolo com todas as outras, mas tem muito chão ainda.

NG Esportes: Como você avalia a estrutura da natação brasileira?

Paula Togeiro: No Brasil é bem complicado. Uma piscina boa de 25 metros a gente tem aqui no Itaguará, no Sesi e no Pinheiros também. A gente disputou o Troféu Maria Lenk em São Paulo, a piscina era boa, mas o bloco não ajudava, sempre tem alguma coisa pra melhorar. Mas a melhor piscina de longa é no Rio de Janeiro, no Parque Maria Lenk. Mas dá pra contar nas mãos quantas piscinas boas a gente tem. 

NG Esportes: Apesar do bom rendimento da natação nos últimos Jogos Olímpicos, você acha que falta mais atenção com a natação no Brasil?

Paula Togeiro: Com certeza. Um pouco mais de ajuda. Porque você só vê futebol, futebol... Tivemos a Copa em diversos estádios por todo o Brasil, enquanto na natação, só temos Rio e São Paulo para competir, porque os outros lugares acabam não sendo adequados. Não temos nenhuma piscina coberta. Fora do Brasil, na maioria dos ginásios e competições, a piscina é climatizada e coberta, então, falta muito em estrutura pra gente.

NG Esportes: Com a realização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, você acha que a tendência da natação brasileira, em questão de estrutura, é melhorar?

Paula Togeiro: Não sei. Não espero muito. Pode melhorar muito no Rio, quem sabe mais uma piscina no Rio. Mas não vejo muita esperança não.

Paula Togeiro estreia no Troféu José Finkel às 9h desta segunda-feira. Dos seis dias de disputa, Paula só não vai competir na terça-feira. A nadadora conta com o apoio da GR - Indústria Química e Unimed Cruzeiro desde que despontou para o esporte no Vale do Paraíba.



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