O jogo é bem disputado. O ânimo entre os jogadores se exalta em vários momentos da partida e a confusão só se encerra com a turma do deixa disso. Não há conquista de troféu e nem participação em nenhum campeonato. Alguns atletas não estão em sua melhor forma física e a pontaria nem sempre é certeira, mas aguentam firme os 90 minutos em campo.
Todos os sábados, uma multidão de anônimos do esporte lota os campos de futebol de Taubaté para promoverem o que eles chamam de “jogo-contra”. No gramado, as equipes são formadas por ex-jogadores profissionais, dissidentes do campeonato amador e aventureiros da bola, com idades entre 18 e 45 anos.
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| Atacante do Sabadão passa por goleiro da Alston (foto: Jonas Barbetta - Top 10 Comunicação) |
Um desses times que marca presença na tradição amistosa do fim de semana é o Sabadão Futebol Clube. Na agremiação, fundada em 2011 em Taubaté, ninguém ganha salário. Ao contrário, todos os 25 jogadores pagam uma mensalidade de R$ 20 para ajudar na manutenção do clube. Fora isso, tudo se parece com uma equipe profissional.
O uniforme lembra a moda dos campeonatos europeus e até um ‘patrocínio’ do Playstation 3, vídeo game da Sony, está estampado na roupa. Só de parceiros, o Sabadão tem 19 empresas que ajudam com o que podem, como bolas, toalhas, brindes, kit de primeiros socorros e até um apoio para o terceiro tempo, a festa de confraternização dos jogadores após o apito final do árbitro. Para dar aparência mais profissional ainda, existe um departamento de marketing, que entre outras coisas, já criou o hino oficial, mascote, site, canecas personalizadas, minicraques -- bonecos em miniaturas do elenco -- e para o fim do ano planeja produzir até um quebra-cabeça com o escudo do grupo e um álbum de figurinhas.
Somente em Taubaté, estima-se que existam pelo menos 120 times ‘de sábado’. Nenhum deles é filiado a qualquer entidade de futebol e todos os jogadores atuam regularmente nos duelos em campo. “Só na nossa lista, temos mais de 80 times que mantemos contatos para fazermos os jogos. Já estamos agendando jogos para o ano que vem até com equipes de outras cidades”, conta o relações públicas Diego Vogado, 26, diretor de marketing do Sabadão.
Mesmo com uma campanha de 25 derrotas, 10 empates e 19 vitórias em 2012, o plantel não desanima. O objetivo do grupo é ter o esporte como hobby aos fins de semana e, claro, seguir para a confraternização semanal em um bar no bairro da Estiva. “A maioria [dos atletas] trabalha em fábrica e encontra no esporte uma válvula de escape”, explica Diego. “O terceiro tempo segue até lá pelas 20h e os freios de mão [esposas dos jogadores] começam a ligar para eles irem embora, acabando com a festa”, conclui.
Jonas Barbetta - Top 10 Comunicação - Na Gaveta Esportes
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