13 de nov. de 2015

Botafogo e a sina de fazer a festa na casa dos adversários

Acostumado a decidir fora de casa na Série D, Pantera luta pelo título contra o River e seu exército de 40 mil torcedores em Teresina, neste sábado

Leandro Oliveira
Na Gaveta Esportes
Jogar fora de casa tem sido sinônimo de festa botafoguense - Rogério Moroti/Agência Botafogo
Quando o Botafogo entrar em campo neste sábado, os 110m x 75m do estádio Albertão não serão suficientes para abrigar a decisão da Série D do Campeonato Brasileiro. Se fora das quatro linhas, a torcida do River fez sua parte e esgotou os 40 mil ingressos colocados a venda, dentro de campo, cada jogador do Pantera levará consigo uma fatia de superação.

Isso porque o Botafogo de Ribeirão Preto só conseguiu se classificar para a fase mata-mata depois de passar sufoco na primeira etapa da competição. A campanha era regular, o time era o segundo colocado do grupo, mas a última rodada guardou emoção ao torcedor botafoguense. Num Santa Cruz que pulsava ao som da torcida tricolor, o Pantera segurou o empate contra o Gama jogando com um homem a menos e conseguiu a vaga para a fase de mata-mata. Desde então, o Botafogo sempre decidiu sua vida fora de casa.

O duelo das oitavas de final foi contra o líder do seu próprio grupo. O Crac, por ter feito melhor campanha, tinha a vantagem de jogar a partida decisiva em casa. Mas, o Botafogo mostrou suas cartas logo no primeiro jogo, em Ribeirão Preto. Empurrado pelos torcedores que compareceram em peso ao Santa Cruz, o Pantera fez 3 a 0 e levou uma vantagem confortável para a partida de volta, em Catalão. O 1 a 0 contra não fez diferença e o Botafogo conquistou a vaga na casa do rival.

Nas quartas de final a missão era mais difícil. Derrubar o time de melhor campanha na primeira fase era o objetivo do Pantera. Diante do São Caetano, candidato ao acesso, o Botafogo fez os jogos que o garantiram na Série C do ano que vem. Logo na primeira partida, uma vitória apertada por 2 a 1 no Santa Cruz e a certeza de que o jogo de volta estava aberto a qualquer possibilidade. Mas, no ABC, Neneca se consagrou e o Botafogo se segurou com nove jogadores em campo nos minutos finais para garantir o acesso e a classificação à semifinal.

O Remo era o adversário na semifinal e o torcedor botafoguense já sabia que seu time iria decidir a vaga mais uma vez longe de Ribeirão Preto. Acostumado a jogar fechado fora de casa, o Botafogo provou do próprio veneno no primeiro confronto contra o time paraense. No Santa Cruz, o Pantera teve dificuldades para furar o bloqueio remista e só conseguiu aos 40 minutos da etapa final, com Canela. Na partida de volta, em Belém, foi a vez dos papéis se inverterem e o Botafogo neutralizou as chances do rival para chegar à decisão da Série D.

A final seria disputada contra o River do Piauí e, como de praxe, o primeiro jogo foi em Ribeirão Preto. Assim como o Pantera, o River também não soma conquistas nacionais e, talvez por isso, o ímpeto do time piauiense era tão grande quanto o dos donos da casa. Francis chamou a responsabilidade para si, marcou três vezes e deu a vitória ao Botafogo, por 3 a 2.

O placar apertado do primeiro confronto deixa aberta a decisão do título da quarta divisão nacional. O Botafogo vem provando ao longo da Série D ser um carrasco quando joga fora de casa. Nas três vezes que precisou segurar um resultado longe de Ribeirão Preto, o time conseguiu. Será que neste sábado a sina será repetida e a torcida do Pantera poderá finalmente soltar o grito de é campeão de uma competição nacional?

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