8 de ago. de 2015

Aamovic agoniza e secretário de esportes promete ajuda

Projeto social esportivo que cuida atualmente de 150 crianças carece de infraestrutura básica e pode chegar ao fim

Leandro Oliveira
Guaratinguetá

O projeto social esportivo Aamovic, da Vila dos Comerciários II, em Guaratinguetá, pode fechar as portas. A informação foi confirmada pela responsável pela organização, Rita de Cássia. A Aamovic existe há 10 anos e nesse tempo, cerca de 1500 crianças passaram por lá, segundo ela. Sem estrutura básica como alambrados e vestiários, Rita afirmou ter cansado de aguardar auxílio do poder público e teme pela segurança dos jovens, que se arriscam em valetas para buscar as bolas usadas nos treinos. 
Projeto é conhecido na região pelo trabalho esportivo realizado com crianças de 5 a 17 anos - Jurcy Querido/Aamovic
A Aamovic Esporte existe há 10 anos e atende crianças de 5 a 17 anos de idade. Ao longo do tempo, o projeto já contou com cerca de 1500 alunos, que participam de forma gratuita de treinos e disputam competições regionais pela entidade.
Durante toda a caminhada da Aamovic, diversas dificuldades foram encontradas pelos responsáveis. Falta de recursos para condução de jogadores para competir fora de Guaratinguetá é um dos muitos problemas enfrentados toda semana. Porém, o que pode encerrar o projeto é a falta de estrutura básica.
Sem alambrados ao redor do campo, as crianças vão buscar as bolas usadas nos treinos em valetas próximas ao gramado.  Rita de Cássia conta que algumas crianças já se cortaram ao ir recuperar as bolas e alerta. "Isso é perigoso. Não tivemos um problema mais sério, mas algumas já se cortaram. Sem contar que pode ter cobras, escorpiões lá embaixo. Se tivéssemos um alambrado, isso não aconteceria mais".
Outro grande problema atual, e ainda mais grave, é a falta de vestiários para as crianças e pais. "A gente não tem vestiário e as crianças se trocam no campo, fazem as necessidades no meio do mato mesmo, em moitas. Mas, e os pais? Os pais vem ver as crianças menores no sábado e não existe vestiário. Tem até mães que estão gestantes e vem acompanhar os filhos mais novos", relatou. 
Com essas adversidades, Rita revelou que tem medo de colocar em risco a integridade das crianças e por isso resolveu parar com o projeto. "As dificuldades são inúmeras, mas a principal, que acarreta na parte financeira, é a falta de infraestrutura para trabalhar com as crianças. Sem ter isso, elas correm riscos e não dá mais para eu aguentar. Eu tenho medo de acontecer algo. Não é que eu queria desistir. O problema é que eu não posso esperar mais e arriscar a vida das crianças", concluiu.

Resposta da pasta esportiva municipal

Leandro Oliveira/Na Gaveta Esportes
O secretário de esportes da cidade explicou que existe um projeto para cercar o campo com alambrado, mas a burocracia tem atrapalhado o andamento do trabalho. "Quando você manda a documentação para São Paulo, leva tempo a análise. E existem as tabelas de gastos de produtos, e elas são constamente atualizadas. Como fica em análise, muda a tabela, e eles mandam de volta para atualizarmos a nossa tabela. Essa tratativa burocrática é um pouco demorada", contou Gustavo Mathididos.
O projeto que segue em análise na capital paulista é para a implantação do alambrado. Sobre a construção dos vestiários, Gustavo responde. "Esse convênio é para o alambrado. Mas estamos desenvolvendo um modelo de vestiário, que será implantado no Chico Vaz e será replicado em outros locais da cidade", finalizou.
Segundo o secretário, nos dias 11 e 12 serão realizados trabalhos de reparos no campo da Vila dos Comerciários II, casa da Aamovic. Entre os trabalhos está a implantação de uma proteção improvisada, enquanto a entidade aguarda o desfecho do alambrado em São Paulo.

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