16 de jul. de 2014

A Copa acabou. O futebol não. Saudemos os apaixonados por esse esporte, e não os eclipses de arquibancada

Por Leandro Oliveira

(Reuters - Eddie Keogh)
A Copa acabou, e chega de mimimi. Finalmente acabou. Sim, foi boa, eu sei que foi. Foi boa demais! Mas ainda bem que teve fim. Já não aguentava mais ouvir da boca de todos algum comentário sobre o mundial. Ou pior, sobre o novo corte de cabelo desse ou daquele jogador, ou a namorada atriz daquele camarada da Seleção. Se você entende do assunto e tem o que falar, tudo bem, beleza. 

Agora, se você se fantasia de quatro em quatro anos para 'torcer' para a Seleção, faz o 'look' da rodada ou acha que tem razão em tudo que diz, de algo que pouco conhece, seria mais interessante ir a um show do Lenine ou assistir as tramoias de Laerte (quem?). Nada contra o Lenine.

Meu amigo, a dor de ser eliminado de uma Copa não chega aos pés do sofrimento de perder uma Libertadores da América.  Ver a seleção do seu país ganhar um mundial é bom demais, eu sei que é (se você é argentino e tem menos de 28 anos, desconsidere esse sentimento), mas em alguns casos, conquistar o acesso da última divisão paulista é mais saboroso que ser campeão do mundo. Acredite!

Eu sinto um incômodo do tamanho da arrogância de Louis van Gaal por ter que aturar os 'torcedores fenômenos celestiais'. Sim, 'fenômenos celestiais', tais como eclipse solar ou chuva de meteoros, que só aparecem de tempos em tempos. Esses 'torcedores' brotam de quatro em quatro anos, vestidos de verde, amarelo, azul, branco e provavelmente nunca tomaram uma chuva, ou apanharam do sol, numa arquibancada descoberta, de concreto ou madeira. 

Agora que a Copa do Mundo acabou, podem voltar para suas cavernas, falar mal de futebol, indagar o "porque de gostarmos tanto de ver um monte de homem correndo atrás de uma bola" ou de simplesmente falar "que bobagem, é só futebol". 

Muito obrigado pela sua visita, caro eclipse das arquibancadas. Se for possível, na Copa da Rússia, vá acompanhar o mundial lá, e não tenha pressa nenhuma pra voltar. 

Com carinho, Leandro Oliveira.



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