Deficientes visuais driblam dificuldades e treinam goalball três vezes por semana no CEMTE
Jonas Barbetta
Times do Vale - Taubaté
Concentração, agilidade e muita dedicação. Qualidades que são desempenhadas pelos sete atletas que integram a equipe principal de goalball da cidade de Taubaté. Mesmo diante da deficiência visual, os jogadores driblam as dificuldades e levam de letra a modalidade.
O ala direito Luiz Antônio Pedrosa, 48 anos, está entre os veteranos do time. Mesmo após um acidente que o fez perder a visão há 14 anos, encontrou no esporte outra forma de encarar a vida. “Enxergava até os 33 anos de idade e eu era o famoso boleiro. Após o acidente, não sabia o que iria fazer da vida quando descobri o goalball. Isso me completou e hoje é como se a visão não fizesse falta. Esse esporte serviu para a minha volta à vida”, explicou o competidor e também presidente da FPDC (Federação Paulista de Desporto Para Cegos).
Luiz Antônio e Jonas Rodrigues treinam no ginásio do CEMTE (Jonas Barbetta - Top 10 Comunicação) |
Jonas Rodrigues da Silva, de 36 anos, já pratica goalball há quase duas décadas. Um glaucoma na infância o fez encontrar na modalidade uma alternativa de conquistar novos objetivos. “É um esporte que quem começa, gosta. Quem pratica ganha mais segurança, facilita na locomoção e durante a partida temos autonomia, já que a quadra é demarcada. Isso reflete muito no nosso dia-a-dia andando pela cidade”, disse o atleta.
Renato, Flávio, Adílson, Antenor e Éverton completam o elenco. No primeiro semestre, a equipe jogou a 1ª e 2ª etapa do Campeonato Paulista e também participou do Regional realizado em Ribeirão Preto. Em setembro, os taubateanos voltam à quadra pela 3ª e última rodada do estadual.
“Em 2012 fomos vice-campeões no Campeonato Paulista da Série B. Esse ano estamos na principal, até o momento, foram três derrotas e uma vitória. Em setembro vamos participar da última etapa que será realizada em São José dos Campos. Já o Regional, é um torneio muito forte porque reúnes as melhores equipes do Brasil. Só de fazer parte dessa elite, já é motivo de satisfação pelo trabalho que estamos desenvolvendo”, ressaltou o técnico Guilherme de Souza Ratto.
Além do elenco principal, o projeto também realiza um trabalho com as categorias de base, e em breve será montado o time feminino que irá representar a cidade em todo o país.
Goalball
A modalidade foi criada na década de 1940 durante a 2ª Guerra Mundial. Objetivo era reabilitar militares que perderam a visão por estilhaços de granadas e bombas. Desde então, o goalball ganhou força e hoje é esporte paralímpico.
O tamanho da quadra é o mesmo do voleibol. As marcações são diferenciadas para facilitar a localização dos atletas dentro das quatro linhas. São três jogadores de cada lado que defendem e arremessam a bola, que possui um guizo. A partida é dividida em dois tempos de dez minutos e é monitorada por dez árbitros. Todos os jogadores utilizam um tampão no olho, já que alguns possuem perda parcial da visão.Vence quem marcar mais gols.
“O curioso do jogo é que o treinador não pode falar durante a partida, só quando para por alguns minutos. As substituições são ilimitadas. É um duelo muito dinâmico e rápido. O atleta precisa estar muito bem treinado e com a audição apurada”, completou o treinador.
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